Se foi. Fomos.

21:04



   Eu abri a tal caixa de recordações. Nem faz tanto tempo assim, mas parecia uma eternidade. Ainda me lembro bem de quando arrumou suas coisas e me deu as costas. Não só para mim, mas para tudo o que vivemos. Todo nosso passado, tudo o que sentíamos. Ou o que eu sentia.

   Você errou. Eu errei. Na tentativa insana de fazer com que déssemos certo, eu nos destruí. Eu queria colocar reticências onde há muito tempo já existia um ponto final. Mas sabe, ontem a noite, quando me deitei, a cama estava vazia. Faltava alguém. Um sorriso. Uma voz. Os braços que me envolviam quando eu já estava quase dormindo. O "Bom Dia!" sussurrado baixinho, seguido de alguma brincadeira boba que nos levava a gargalhadas deliciosas.

   Naquela noite você não estaria ali. Na verdade, já não estávamos ali a muito tempo. O casal do começo do romance havia morrido. Restaram apenas brigas, acusações, beijos sem nenhuma paixão. Completos desconhecidos.

    Se lembra daqueles documentários idiotas que costumávamos ver no meio da noite, que conseguíamos fazer com que parecessem divertidos? Um deles, por acaso disse o seu nome, há pouco tempo. E por acaso, talvez, seu cheiro ainda esteja por todo o quarto. Por todo apartamento. Nas minhas lembranças.
 
   Não vou mentir, ainda sinto sua falta. Ainda olho o celular de meia em meia hora para ver se ao menos tenho alguma notícia sua. Saber se está tudo bem. Se tudo voltou a dar certo. Mas nada. Você seguiu sua vida. E eu torço para que esteja feliz. Para que possa ser aquele mesmo do começo de "nós".

   Porque eu sei quem você é. E sei que ainda está ai.

 

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