2013

Be Natural

23:28

   Venho notando o quanto as pessoas vem se perdendo ultimamente. É uma necessidade tão grande de agradar e impressionar, que as pessoas se vestem com máscaras de coisas que elas estão longe de ser. Se espelham em famosos, ou em livros ou em qualquer coisa que se pareça melhor do que ser ela mesma. E eu me pergunto: por que? Não há sentido em querer ser o que não se é verdadeiramente. Fingir que gosta de algo ou que age de uma forma diferente da sua pode até te fazer conhecer pessoas novas, conquistar a pessoa que se está interessado. Mas do que adianta, se na realidade a pessoa que eles conheceram é na verdade um personagem pensado e moldado para agradar as pessoas?
   Ninguém nunca vai agradar todo mundo e é isso que faz as relações serem tão divertidas. Seria muito chato se fôssemos um padrão, se todos se aproximassem de uma suposta perfeição. Nossos erros, acertos, qualidades, defeitos... É isso que encanta quem está próximo de nós. Até porque, ninguém consegue manter um personagem por muito tempo. Ser você mesmo vale muito a pena. A vida é curta para fingirmos ser aquilo que não somos. 





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comportamento

Meu best seller chamado vida

01:17
 
   Minha vida sempre foi um livro aberto. Eu, na minha fascinação por narrativas, amava contar tudo nos mínimos detalhes e fazer com que quem ouvisse se colocasse no meu lugar e sentisse o mesmo que eu senti em tal momento. Aliás, no fundo eu sempre achei que minha vida realmente fosse um livro e eu me considerava a personagem narradora de tudo e meus amigos eram os leitores dessas minhas aventuras contadas. E elas nem sempre foram das mais bonitas. Já passei por muita coisa, coisas que eu não desejaria nem pra pior pessoa da terra. E não me perguntem de onde tirei forças pra aguentar tudo o que passei.
   "Mas e daí?" - Eu pensava. As pessoas a minha volta não precisavam saber o que me machucava de verdade. Contava as melhores histórias, mas deixava as que realmente doíam de lado. Até que encontrei pessoas que me estenderam as mãos o bastante pra que eu confiasse cegamente nelas. E a partir daí fui me abrindo, mas evitava compartilhar o que realmente me angustiava. Ao invés disso ficava calada. Chorava pelos cantos, mas de forma alguma deixava as pessoas em volta perceberem. Me recompunha e voltava para perto dos meus amigos disposta a ajudar no que fosse preciso.
   E isso pra mim era "bom". Mascarar os problemas ou trancá-los num baú distante da minha mente era bem mais fácil do que ter que encarar. Algumas vezes não conseguia disfarçar e as pessoas a minha volta me perguntavam o que eu tinha. Eu respondia que não era nada, porque não era aquilo que eu queria ouvir. E com certeza nem o que eles queriam perguntar, pois logo depois de ouvir que eu supostamente estava bem, viravam as costas como se tivessem escutado que o que queriam comprar era caro demais e iria procurar em outra loja. Nada de abraços ou de "fique bem, estou aqui por você". Não. Somente julgamentos. Só "Ela está estranha". Mas poucos eram os que realmente queriam ajudar. Alguns, que se diziam companheiros de qualquer hora, simplesmente olhavam e diziam para quem estava perto para deixarem pra lá, pois me conheciam e sabiam que logo iria passar. - Imaginem o quanto era gostoso ouvir isso.
   As coisas ficaram piores quando minha confiança superou o limite da zona de conforto. Passei a compartilhar coisas do mais fundo dos meus sentimentos e conflitos. E hoje em dia me pergunto o por que fiz isso, já que jogaram essa tal confiança (que é de vidro, ao menos a minha) morro abaixo.
   Por essas e outras resolvi mudar. Se não estou bem, demonstro. Não porque quero que alguém sinta pena de mim, mas porque não sou um poço de fortaleza. E se fingir de forte dói mais do que tentar se recuperar aos poucos. Também não grito mais aos quatro ventos tudo o que acontece comigo. Continuo amando e me divertindo quando conto minhas histórias para as pessoas e elas se maravilham com o que passo. Mas passei a colocar um limite no que é benéfico ou não.
   Não estou dizendo pra ninguém parar de confiar nas pessoas a sua volta, de forma alguma. Eu ainda tenho os poucos seletos que sei que não vão me decepcionar. Esses que me estenderam as mãos quando todo mundo virou as costas. E com eles eu sei que posso contar sempre. O que estou tentando dizer é que a vida de ninguém precisa ser um livro explicitamente aberto. Nenhum best seller tem todos os mínimos e minuciosos detalhes contados em suas páginas.
 




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2013

Diferentemente iguais

23:36
  
  E ela se levanta. Ele já dormiu há algum tempo. Elena se deitou ao mesmo tempo que Rodrigo, mas não conseguia dormir. Foi pra janela do quarto dos dois, naquele dia frio. Ficou observando a lua. Depois se virou para o cara na cama. A lua dava um brilho especial a Rodrigo, que dormia de barriga para baixo. Ele era lindo, isso ela não podia negar. Alto, forte, moreno e com um sorriso que desmontava qualquer uma. Sua voz tinha um charme que nem ela sabia descrever. Sua inteligência, senso de humor, gosto musical... Os dois tinham muita coisa em comum. E aquele beijo? Beijo intenso, envolvente, delicioso, diferente de tudo que ela já havia experimentado.
   Mas de algum tempo pra cá, as coisas estavam diferentes. Os dois queimaram tanto e tão rápido que o fogo da paixão logo sumiu. Eles foram ficando frios, distantes... As conversas já não eram mais as mesmas. Aquela ansiedade por estar com ele já não era tão forte. Ela sabia que ele também percebia o que estava acontecendo. Mas nenhum dos dois tinha coragem pra resolver aquele assunto.
   Elena queria encontrar alguma resposta. Meu Deus, qualquer uma daria tudo para estar em seu lugar! O que estava acontecendo com ela? Ela não sabia. Olhou novamente aquele homem lindo na cama do apartamento que dividiam. Ele ainda era o mesmo fisicamente. O mesmo cara que a fez desistir de outras oportunidades na vida. O mesmo sedutor, envolvente... Mas algo estava errado.
   A lua também iluminava a primeira foto que tiraram juntos. Elena era quase tão alta quanto Rodrigo. E seus pés também não ficavam atrás. Rodrigo sempre achou graça e em um daqueles encontros resolveu registrar a situação. 
   "Bobo." - Ela resmungou baixinho, sorrindo, se lembrando de seus melhores momentos. O primeiro beijo roubado, a primeira mão dada, o dia em que assumiram que estavam juntos, a primeira declaração, a música que eles passaram a chamar de "nossa". Passaram por muitos desafios. Tiveram que abrir mão de muita coisa e lutar por tantas outras. E realmente, houve uma época em que tudo aquilo tinha valido a pena. 
   Os amigos dela apoiavam aquela relação. Diziam ser a oportunidade perfeita para cicatrizar as feridas que outro cara deixou. E no início ela concordava. Rodrigo era o único que chegou perto de fazer Elena esquecer Douglas.  
   Seu olhar se voltou para a poltrona do quarto. Viu a jaqueta de couro que ele emprestou para ela no dia em que decidiram continuar juntos. Seu perfume ainda era o mesmo. Mas algo ainda estava diferente.
   Chegou a conclusão que não iria chegar a lugar nenhum aquela hora da noite. Então se deitou ao lado de Rodrigo e lhe deu um beijo no rosto, como uma amiga íntima faria. Porque afinal, era isso que no fundo eles eram.
   Elena não sabia o que havia de diferente. E esse era o problema. Entre os dois era tudo igual.



 


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2013

Cheirinho de coisa nova

00:24
   Coisas novas me agradam. Cheirinho de carro novo, de livro que acabou de chegar na loja, sapato novo... Comecinho de amizade é sempre bom. Amo conhecer pessoas novas e suas aventuras pela vida. Ajudar quem mal se conhece para alguns pode ser sinônimo de desespero, mas para mim é uma delícia. Não tenho uma opinião formada sobre a vida da pessoa ou sobre a situação na qual ela se encontra, então pra mim é como assistir a um filme. - Ok, eu assisto filmes tentando adivinhar o que está pra acontecer e a todo momento me pego pensando no que eu faria no lugar do personagem (menos nos fimes surreais. Mentira, até neles.)


   Ah, cheirinho de coisa nova... Quer coisa melhor? Se apaixonar por um cheirinho de uma comida até então desconhecido... Como é bom.
   E paquera nova então? Sempre tão divertido ir descobrindo aos pouquinhos a outra pessoa, achar graça nas indiretas, perceber gostos em comum... E o primeiro encontro? Aquele friozinho na barriga gostoso enquanto se arruma e se olha oitocentos milhões de vezes no espelho pra ver se não há nada de errado. O primeiro beijo, a primeira declaração, o primeiro "contar pras amigas o que aconteceu", o primeiro eu te amo, primeiro filme juntos... Ai, ai, que cheirinho delicioso. O quanto é divertido tudo isso!
   Primeiros... A vida é cheia de primeiros, de descobertas, de decisões... Mas melhor que sentir o cheiro da vida é saboreá-la. Mas só temos uma oportunidade de experimentá-la. Que tal fazer isso agora? Arrisque-se a ser feliz! A vida é tão curta pra desperdiçá-la com "serás?". Deixar o prato esfriar pra quê? Reaquecer demora e o gosto nem fica tão bom assim. 







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2013

Esperar?

00:37

  Esperar? Pra quê? Sei que você não volta. Vivemos tudo intensamente, mas isso ficou numa parte do meu passado inacessível no futuro. Era uma alegria tão grande e quase tão linda como seu sorriso. Não me esqueço como tudo começou. Corríamos tantos riscos... Mas e daí? Tínhamos fé que tudo podia dar certo e arriscamos. E como fico feliz de termos arriscado! Pelo menos pude sentir uma amostra desse tal amor verdadeiro, do tipo que seu coração dispara quando é aquele nome que pisca na tela de chamadas. Principalmente quando você não estava na cidade, mas mesmo assim, me ligava só pra dizer que estava bem e se desdobrava pra chegar aqui a tempo de podermos sair. E quando seu sorriso se abria ao me ver? Ah, como era lindo! Qualquer filme infantil se tornava a melhor estreia do ano estando ao seu lado. Te ver vencendo no jogo da vida, e o melhor, ao meu lado, me fazia tão bem! Sua risada... Ah sua risada... Não havia melhor música para meus ouvidos. Tudo foi perfeito com você, meu querido. Mas o destino as vezes não é nosso melhor amigo. Se eu soubesse que um "não animo de ir" mudaria tudo... Mas ao menos sei que você está feliz, e é isso que importa. Enquanto isso fico aqui, esperando que alguém me traga lembranças tão doces como um sonho de valsa.






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